CONTRIBUIÇÃO DO LEITOR

quarta-feira, 1 de agosto de 2012



UM TEMPLO À ORAÇÃO DE PADRE JOÃO MARIA,                                                                                      FAZENDA -TRÊS RIACHOS.

Jair Eloi de Souza (*)

Naqueles tempos, transcorria o terceiro quartel do Século XIX. Havia uma casa rústica, o dedo de Deus e um mestre escola. O cênico caseiro; uma fagulha de carência e de precisão material, mas a aselha do saber era o adereço nobre que estava sempre ombreado à fé inabalável do Clã Cavalcanti-Brito.  Para os comeres, a natureza ainda estava prenha de mel, perdizes e jacus, os cervos da caatinga e desdentados como o peba, o tatu-galinha. As aves aquáticas havia em abundância e, somadas às criações e legumes cultivados, eram a base alimentar daquele núcleo de sitiantes.

Mas as secas e o voo em travessia da asa branca fugitiva, sem comida, eram motivo de reflexão, que fazia do espírito e do estado d’alma um nicho de sabedoria e inconformismo para dois jovens daquela família. Amaro, o mais astuto, ambição de felino para evitar o ócio daquele lugar. João Maria, a mansidão e um olhar terno para a vida em comunhão cristã, de clausura, na qual em silêncio pudesse rezar e ouvir os cânticos gregorianos. Personalidades díspares, porém havia um pensamento comum entre aqueles dois varões: o de aprender a todo custo a língua mãe, o Latim. Esse idioma era o primeiro degrau e também o passaporte para aqueles infantes transporem fronteiras internas e até d’além mar.

Assim, a vontade divina e a sabedoria naqueles jovens se fazem na estrada da vida. Amaro tornara-se o jurisconsulto do Império, após oficiar como Consultor do Presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos da América, como prêmio pela tese da pós-graduação. Ainda, Ministro da Corte Internacional de Haia, na Holanda.  Deputado Geral, Senador, Prefeito do Rio de Janeiro, Ministro do Império e do Supremo Tribunal Federal, deixando tratados de Direito Público ainda consultados pelos doutos.

E João Maria, o Santo? Ah!... João Maria, após a ordenação sacerdotal,  tornara-se paladino da solidariedade humana. Apóstolo da assistência aos enfermos. Caminhava léguas e mais léguas, a fim de ofertar as últimas recomendações aos que estavam se despedindo deste mundo. Para as gentes pobres, a simbologia maior é endereçada para a obra apostolar e de solidariedade deixada exemplarmente por João Maria. Nenhum catequista das terras potiguares, dos sertões do Seridó, deixara legado maior com exclusividade para as gentes desvalidas na fome, na doença, que escutavam a pancada do mar.

A simplicidade caridosa de João Maria não almejava qualquer panteão que viesse a homenageá-lo, nem em vida, nem no pós-mortem. No entanto, os que sabiam ser sua obra de assistência dimensional, seja no plano material ou nas instâncias das coisas celestiais, nominaram-no em praças, logradouros, artérias citadinas. Jardim, seu berço, pois, é onde fica o antigo feudo Logradouro, hoje Fazenda Três Riachos, fizera um pouco mais. Construíra no lugar onde João Maria, o santo, esboçara o primeiro sopro de vida, um altar templário e sacro, para a comunhão dos cochichos da fé cristã. Quem sabe se não venha levantar-se de seu silêncio em Deus e faça renascer uma nova Jardim, na busca da cura dos dependentes em drogas, no respeito ao ancião, na melhor assistência à saúde das crianças pobres, na lisura quando no trato do dinheiro público, não só na forma zelosa quanto à utilização, mas, sobretudo, naquilo que traduza mais serventia.

A alma de Padre João Maria é uma eternidade, habita um lugar de destaque na Corte Celestial, mas, não acredito que continue em silêncio e não venha iluminar os caminhos da vida, do renascimento de uma Jardim, que utilize melhor a inteligência e bravura do seu povo.

Em tempos de lua crescente/2012.

(*) Professor de Direito da UFRN e escriba da cena sertaneja.

4 comentários:

Anônimo disse...

"UM TEMPLO À PADRE JOÃO MARIA, FAENDA TRÊS-RIACHOS". é uma pena que um texto que se desenvolvia tão pungente, tão histórico, desande, no penúltimo parágrofo, para uma peça de propaganda política subliminar. "Quem sabe se não venha levantar-se de seu silêncio em Deus e faça renascer uma nova Jardim, na busca da cura dos dependentes em drogas, no respeito ao ancião, na melhor assistência à saúde das crianças pobres, na lisura quando no trato do dinheiro público, não só na forma zelosa quanto à utilização, mas, sobretudo, naquilo que traduza mais serventia". para quem não sabe, a foto da capela que ilustra o texto acima foi construída por um dos atuais candidatos à prefeito de jardim de piranhas. inclusive, essa capela fica nas terras do candidato e, vizinha da casa grande da fazenda.

Anônimo disse...

JAIR O AMIGO CHICO DOIDO NADA.

Anônimo disse...

alguém se atreve a fazer uma ode aos parques de vaquejadas, lugar onde se maltrata e humilha por diversão o gado bovino, o ser mais escravizado pela humanidade em todos os tempos(animal para tração, ordenha, abate e esportes cruéis). há um parque de vaquejada ao lado da ermida padre joão maria, no sítio três riachos.

Anônimo disse...

quem diabos é chico doido? diga logo senão eu mando acunhar na pedra de baladeira. boto logo o campeão do cercado de chico nicolau romanov, mémé de mau.

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